O Aeroporto Internacional de Bruxelas-Zaventem foi fechado temporariamente na noite de 28 de outubro após o avistamento de três drones nas proximidades das pistas de pouso e decolagem, segundo confirmaram autoridades belgas.
Passageiros relataram à imprensa local que aeronaves com destino a Bruxelas foram obrigadas a pousar em outros aeroportos por segurança. O aeroporto confirmou que nenhum voo estava autorizado a aterrissar ou decolar enquanto as autoridades investigavam a origem dos drones.
O episódio vem de uma série de avistamentos de drones em infraestruturas estratégicas na Bélgica nas últimas semanas, o que levou o governo a revisar seus protocolos de segurança aérea.
Drones sobrevoam base com armas nucleares dos EUA
No fim de semana anterior, drones não identificados foram vistos sobrevoando a base aérea de Kleine-Brogel, no nordeste da Bélgica. A base é considerada uma instalação estratégica, por abrigar armas nucleares dos Estados Unidos no âmbito da cooperação militar da OTAN.
O ministro da Defesa belga, Theo Francken, confirmou à emissora RTBF que os voos ocorreram em duas noites consecutivas, últimos sábado e domingo, e que os drones pareciam atuar em duas fases diferentes: primeiro aparelhos menores, seguidos por modelos maiores.
Segundo Francken, os drones podem ter testado frequências de rádio dos serviços de segurança belgas, indicando um possível caráter de espionagem.
“Assemelha-se a uma operação de espionagem. Por quem, não sei. Tenho algumas ideias, mas vou ter cuidado”, afirmou o ministro à RTBF.
Ele acrescentou que os sistemas de bloqueio de sinal não conseguiram neutralizar os aparelhos, pois “os operadores mudaram de frequência”, o que indica nível técnico elevado.
Francken descartou a hipótese de brincadeira e alertou que o país não dispõe de sistemas modernos de defesa antiaérea capazes de lidar com ameaças desse tipo.
“Estamos correndo atrás da ameaça. Deveríamos ter comprado sistemas de defesa aérea há cinco ou dez anos”, declarou o ministro.
Alerta máximo na NATO e na União Europeia
Os episódios na Bélgica ocorrem em meio a uma série de violações do espaço aéreo europeu atribuídas à Rússia nas últimas semanas.
A NATO e a União Europeia estão em alerta máximo após casos como o abate de drones russos sobre a Polónia e a entrada de caças MiG-31 no espaço aéreo da Estónia, relatados em setembro.
Em resposta, a Aliança Atlântica reafirmou que empregará “todos os meios necessários” para proteger o território de seus membros e anunciou o programa Sentinela Oriental, que reforça a defesa aérea dos países do leste europeu.
Bélgica reforça vigilância e cooperação internacional
Após os incidentes, o Ministério da Defesa belga informou que novas medidas de segurança estão em análise, incluindo melhorias nos sistemas de detecção e bloqueio de drones e cooperação com aliados da OTAN.
O governo também avalia a atualização dos fundamentos jurídicos que permitem o abate de drones próximos a áreas civis, uma vez que os riscos de colisão ainda limitam a ação das forças armadas.
As autoridades belgas continuam a investigar a origem dos drones e não descartam nenhuma hipótese, enquanto mantêm o país em vigilância reforçada.