O vice-premiê e ministro das Relações Exteriores da Itália, Antonio Tajani, deve participar da COP30, que será realizada em Belém (PA) em 2025. O evento é visto como uma oportunidade para o chanceler italiano fortalecer o papel internacional da Itália e, ao mesmo tempo, melhorar sua imagem política após anos de críticas relacionadas às políticas de cidadania e imigração.
Nos últimos meses, Tajani tem buscado se aproximar de comunidades italianas no exterior e adotar um tom mais conciliador e diplomático. Essa mudança de postura marca um contraste em relação à imagem rígida que o ministro conquistou durante os debates sobre a concessão de cidadania a descendentes de italianos. Agora, a ênfase do seu discurso é na cooperação cultural, ambiental e econômica entre a Itália e países da América Latina.
Reaproximação com a América Latina
A COP30 será um palco importante para a diplomacia italiana. A Itália vem tentando reconstruir pontes com países latino-americanos, especialmente o Brasil e a Argentina, que abrigam algumas das maiores comunidades de origem italiana fora da Europa.
O governo de Giorgia Meloni tem investido em uma política externa mais pragmática, focada em comércio, transição energética e meio ambiente, áreas em que o país busca se reposicionar como parceiro confiável. Tajani, por sua vez, vem reforçando a narrativa de que a Itália é uma ponte natural entre a Europa e a América Latina.
Da política interna ao diálogo global
Internamente, Tajani é uma figura central no Forza Italia, partido fundado por Silvio Berlusconi. Sua atuação no cenário internacional também é uma tentativa de ampliar seu peso político dentro do governo Meloni, em um momento em que o equilíbrio entre os partidos da coalizão é cada vez mais delicado.
Com a COP30 no horizonte, o chanceler tenta se projetar como embaixador do diálogo e da diplomacia verde, apresentando uma Itália mais aberta à cooperação e menos externa aos discursos nacionalistas.
Imagem em reconstrução
A presença de Tajani em Belém será simbólica. Para muitos observadores, representa um esforço de reposicionamento político e diplomático, uma tentativa de transformar a imagem dos inimigos da cidadania em porta-voz de uma Itália moderna e comprometida com as questões globais.