Portugal anuncia aporte climático de 6,5 milhões na COP30

Portugal confirmou 6,5 milhões de euros em financiamento climático público durante a COP30 em Belém. Os valores incluem fundos para Perdas e Danos, Adaptação, Florestas Tropicais, UNFCCC e cooperação PNUD com a CPLP. Ambientalistas consideram a contribuição insuficiente frente às metas globais.

Portugal reforçou seus compromissos climáticos durante o primeiro dia de negociações de alto nível na COP30, que acontece em Belém, no Brasil. A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, confirmou que o país soma 6,5 milhões de euros em financiamento público multilateral, ampliando o apoio a fundos voltados à mitigação e adaptação climática.

Compromissos assumidos na conferência:

Antes mesmo do início da COP30, Portugal já havia comprometido 4 milhões de euros para o Fundo de Perdas e Danos e para o Green Climate Fund. Durante o evento, novas promessas foram feitas:

  • 1 milhão de euros para o Fundo de Florestas Tropicais, anunciado pelo primeiro-ministro Luís Montenegro

  • 1 milhão de euros para o Fundo de Adaptação

  • 200 mil euros para sustentar o secretariado da UNFCCC (Convenção-Quadro da ONU para as Alterações Climáticas)

Também foi confirmada uma contribuição adicional de 1,5 milhão de euros, ao longo de cinco anos, para cooperação climática via PNUD, destinada a países lusófonos (300 mil euros por ano).

Apoio a países vulneráveis

Portugal anunciou ainda um aporte de 1 milhão de euros para os pequenos Estados insulares do Pacífico, considerados especialmente vulneráveis aos efeitos das mudanças climáticas.

Parcerias bilaterais e cooperação internacional

No âmbito bilateral, Portugal investe em projetos de energia, água, clima, meio ambiente e resíduos em África, Ásia e América Latina. Segundo a ministra, há 113 milhões de euros comprometidos em projetos energéticos, incluindo a construção de uma barragem em Angola, e mais 18 milhões de euros para outras iniciativas ambientais, somando 137 milhões de euros em cooperação com países em desenvolvimento.

Esse movimento se insere numa estratégia mais ampla de Portugal para fortalecer alianças industriais e de cooperação global. Recentemente, o país manifestou a intenção de aprofundar sua parceria com a Embraer e fechar até dezembro um acordo entre a União Europeia e o Mercosul, o que reforça seu papel diplomático e econômico na agenda internacional. (Leia mais sobre a parceria aqui)

Críticas de ambientalistas

Apesar dos anúncios, a associação ambientalista ZERO criticou os valores como insuficientes para a gravidade da crise climática. Francisco Ferreira, líder da organização, afirmou que a contribuição portuguesa parece simbólica diante das necessidades globais. Ele também criticou a falta de transparência sobre o financiamento privado, que é essencial para atingir metas climáticas globais.

Ferreira destacou que as ações precisariam refletir mais compromisso, especialmente quando comparadas aos acordos internacionais firmados por nações maiores. “Temos de colocar mais dinheiro na agenda do clima”, afirmou.

A COP30 segue em andamento em Belém, com debates centrais sobre o aumento dos fluxos financeiros para adaptação, perdas e danos, e a transição energética justa. O futuro dos compromissos depende agora da mobilização dos países desenvolvidos para cumprir metas ousadas.

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