Morre a cônsul-geral do Brasil no Porto, Maria Stela Frota, aos 73 anos

A embaixadora Maria Stela Frota, cônsul-geral do Brasil no Porto desde 2022, morreu aos 73 anos num domingo (09 de novembro). Com mais de 50 anos de carreira diplomática, atuou em postos de grande relevância no Brasil e no exterior, sendo reconhecida como referência para várias gerações de diplomatas. Colegas, embaixadores e instituições prestaram homenagens ao seu legado e ao papel importante que exerceu no serviço consular brasileiro.

A diplomacia brasileira está de luto: morre a cônsul-geral do Brasil no Porto, a embaixadora Maria Stela Pompeu Brasil Frota, aos 73 anos, no domingo (09/11). 

No comando do Consulado-Geral do Brasil no Porto desde fevereiro de 2022, ela deixa um legado de mais de 50 anos de carreira diplomática. O corpo foi cremado em cerimônia reservada para familiares e amigos. A causa da morte não foi divulgada. 

De acordo com diplomatas ouvidos pelo PÚBLICO Brasil, Maria Stela enfrentava problemas de saúde, e familiares já se deslocam a Porto. O governo brasileiro acompanha todos os trâmites oficiais.

Carreira marcada por liderança e pioneirismo

Formada em Direito pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Maria Stela ingressou no Itamaraty em 1974. No Brasil, atuou em diversas áreas: Promoção Comercial, Assuntos Econômicos e Comerciais, Secretaria-Geral do MRE, Secretaria de Imprensa e presidiu a Fundação Alexandre de Gusmão (FUNAG).

No exterior, passou por postos de alto prestígio, como a Delegação Permanente em Genebra e as embaixadas brasileiras em Washington, Santiago e Paris. Foi ainda embaixadora em Berna, cônsul-geral em Zurique e Atlanta, e integrou o conselho do Global Environment Facility, ligado ao Banco Mundial.

Autora do livro Proteção de Patentes de Produtos Farmacêuticos: O Caso Brasileiro, foi condecorada com algumas das mais importantes distinções brasileiras e internacionais, como a Ordem do Rio Branco (Grã-Cruz), a Légion d’Honneur e a Ordre National du Mérite.

Reconhecimento internacional e tributos

A morte de Maria Stela gerou manifestações emocionadas de colegas e autoridades diplomáticas.

O embaixador brasileiro junto à CPLP, Juliano Feres, destacou o papel pioneiro da diplomata: “Ela faz parte de uma geração de mulheres que soube abrir espaço pela competência e pelo domínio das melhores ferramentas do ofício diplomático”.

O cônsul-geral do Brasil em Lisboa, Alessandro Candeas, lembrou o impacto do trabalho de Maria Stela especialmente no serviço consular: “Antes do Porto, acumulou mais de dez anos em postos de grande relevância. Sua dedicação ao Itamaraty foi exemplar”.

Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou que o legado da embaixadora “será lembrado pelos amigos, amigas e colegas que liderou, formou e inspirou”.

Vida dedicada ao serviço público

Maria Stela dedicou meio século à diplomacia brasileira, ocupando cargos decisivos, formando novas gerações no Instituto Rio Branco e construindo uma trajetória exemplar no exterior. 

Sua atuação recente no Porto a aproximou da comunidade brasileira em Portugal, especialmente em um período de crescente demanda consular.

O falecimento da diplomata encerra uma carreira marcada por excelência, compromisso e presença ativa na defesa dos interesses do Brasil no exterior.

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