O ministro do Meio Ambiente e Segurança Energética da Itália, Gilberto Pichetto Fratin, avaliou nesta segunda-feira (24) que a COP30, realizada em Belém, atingiu “o único equilíbrio possível” diante das atuais condições políticas internacionais.
A declaração foi feita durante sua participação no evento Italia Direzione Nord, na Trienal de Milão, após o encerramento da Cúpula da ONU sobre mudanças climáticas, que resultou em um acordo considerado modesto por especialistas.
Pichetto destacou que o documento final trouxe avanços pontuais, como a implementação de indicadores comuns para a Meta Global de Adaptação, mas deixou pendências que deverão ser retomadas nas próximas negociações, incluindo compromissos relacionados ao uso de combustíveis fósseis, um tema que dividiu os países até o fechamento da conferência.
Segundo o ministro, o cenário político deste ano diferiu bastante das edições anteriores das COPs. “Antes, a discussão girava exclusivamente em torno dos méritos. Neste ano, o contexto político teve papel decisivo nas negociações”, afirmou, citando a ausência dos Estados Unidos e seu impacto sobre blocos importantes, como os países árabes.
Pichetto também comentou sobre os recentes protestos climáticos na Itália, promovidos pelo movimento Extinction Rebellion, incluindo ações simbólicas, como o tingimento do Canal Grande de Veneza de verde. Para o ministro, manifestações e consenso são elementos naturais da democracia. “É importante reconhecer que dissidência e acordo coexistem; fazem parte do cotidiano político”, concluiu.
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