O Movimento Associativo Italiani all’Estero – MAIE apresentou em Roma uma nova proposta de lei que pretende reformular pontos centrais da cidadania italiana para descendentes no exterior. Entre as mudanças, está a exigência de certificado de proficiência em italiano nível B1 para bisnetos e gerações seguintes, como critério obrigatório para o reconhecimento da nacionalidade.
Projeto chega após reformas recentes
A proposta foi protocolada pelo deputado Franco Tirelli, eleito pela América do Sul, e será encaminhada ao Senado pelo senador Mario Borghese. A apresentação contou ainda com o presidente do MAIE, Ricardo Merlo, e o coordenador para as Américas, Antonio Iachini.
O texto surge poucos meses após a reforma aprovada pelo governo italiano que endureceu o processo de cidadania para descendentes nascidos fora do país, levantando críticas entre comunidades de italianos no exterior, especialmente na América do Sul.
Cidadania automática para filhos e netos
De acordo com Tirelli, a proposta mantém o reconhecimento automático da cidadania para filhos e netos de italianos, mesmo que tenham nascido fora da Itália ou que a família não tenha mantido exclusivamente a nacionalidade italiana.
Já para bisnetos e gerações seguintes, o projeto inclui uma mudança significativa: será necessário comprovar conhecimento de língua e cultura italiana por meio de certificação B1. “A Itália estaria pedindo um vínculo concreto a todos os italianos no exterior”, explicou o parlamentar.
“Proposta equilibrada”, afirma o MAIE
Ricardo Merlo classificou o texto como uma resposta ao momento atual e às transformações demográficas enfrentadas pela Itália. Para ele, fortalecer o vínculo cultural é uma forma de preservar a relação histórica entre o país e sua diáspora.
Borghese reforçou que a exigência do certificado B1 é “razoável e positiva”, destacando que italianos no exterior contam com escolas bilíngues e instituições dedicadas ao ensino do idioma, o que facilitaria a adaptação à nova regra.
Mesmo com apenas um deputado e um senador no Parlamento, o MAIE espera construir alianças para que a proposta avance. Seus defensores afirmam que o projeto oferece um caminho mais equilibrado do que a atual legislação, considerada restritiva por limitar o acesso à cidadania para famílias no exterior.
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