Campobasso, capital da província de Molise e localizada a quase três horas de Roma, tem sido destaque como a cidade da Itália que quer atrair brasileiros, principalmente descendentes de italianos.
A iniciativa surge em meio às dificuldades enfrentadas por pequenas comunas da região, onde a falta de mão de obra, o envelhecimento populacional e o esvaziamento de bairros históricos vêm comprometendo a vida local.
Em diversas localidades de Molise, casas vazias, escolas com poucos alunos e comércios parados têm motivado os prefeitos a buscarem soluções para revitalizar suas comunidades.
Como resposta, alguns municípios passaram a oferecer auxílio-aluguel, apoio no transporte escolar, incentivos à abertura de pequenos negócios e programas de integração para famílias interessadas em se estabelecer na região.
Ritorno 2030: aproximando brasileiros de suas raízes
Entre as iniciativas ativas em Molise está o projeto Ritorno 2030, criado para estimular o retorno de descendentes de italianos ao território.
O programa é desenvolvido por uma empresa brasileira especializada em processos de cidadania europeia, em parceria com a Cooperativa Regeneration e prefeitos de diversas comunas da região.
Segundo os organizadores, a intenção é apresentar o Molise como uma alternativa real para quem busca qualidade de vida, segurança e a chance de se reconectar com a história da própria família.
A partir de fevereiro de 2026, estão previstas viagens de imersão para que brasileiros possam conhecer pessoalmente as cidades envolvidas, visitar imóveis disponíveis e entender como funciona o processo de integração na comunidade local.
A Cooperativa Regeneration representa várias administrações municipais do Molise e atua em iniciativas que visam:
- valorizar o patrimônio histórico-cultural da região;
- promover o turismo de retorno;
- apoiar descendentes de italianos interessados em se estabelecer localmente;
- fomentar atividades econômicas que possam revitalizar essas pequenas localidades.
Entre restrições e oportunidades
As recentes mudanças na legislação italiana, que restringiram o direito à cidadania por descendência para apenas duas gerações, impactaram muitos brasileiros.
Ao mesmo tempo, autoridades de pequenas cidades italianas lamentam a queda populacional e seguem interessadas em atrair novos moradores, especialmente aqueles que já possuem cidadania ou que se enquadram nas novas regras.
Para essas localidades, cada nova família representa:
- revitalização do comércio local;
- potencial reabertura de escolas;
- preservação de tradições culturais;
- incentivo ao turismo;
- aumento da arrecadação municipal.
Já para os brasileiros, a mudança para a região pode significar uma vida mais tranquila, custo de vida mais baixo, possibilidade de reconstruir raízes e fazer parte de comunidades que valorizam sua presença.