Casas de 25 mil euros na Itália viralizam após moda dos imóveis de 1 euro

Após a febre das casas de 1 euro, as casas de 25 mil euros na Itália ganham destaque nas redes sociais e despertam o interesse de estrangeiros. Especialistas alertam para custos ocultos, com reformas estruturais, na parte elétrica e desafios ligados à localização e à burocracia.

Depois da onda das casas vendidas por um euro, um novo fenômeno imobiliário voltou a colocar o interior italiano no centro das atenções digitais: as casas de 25 mil euros na Itália. 

Vídeos virais no Instagram e no TikTok prometem imóveis acessíveis em vilarejos históricos, cercados por paisagens bucólicas e pela ideia de uma vida mais simples, longe dos grandes centros urbanos.

Influenciadores de diferentes nacionalidades, brasileiros, argentinos, americanos e europeus, mostram fachadas de pedra, ruas silenciosas e vistas para colinas, sempre acompanhados da mesma promessa: morar na Itália pagando pouco. 

Mas, por trás da estética encantadora, especialistas alertam que a realidade exige cautela.

Preço baixo, condições exigentes

É verdade que as casas de 25 mil euros existem. Elas estão, em sua maioria, localizadas em áreas rurais ou em pequenas comunas do Sul da Itália, como regiões da Calábria, Sicília, Abruzzo e Molise. No entanto, o valor costuma refletir o estado do imóvel.

“São casas antigas, muitas vezes abandonadas há décadas ou herdadas por famílias que já não vivem na região”, explica Giorgio Colombo, da rede imobiliária Tempocasa, em Milão. “Em geral, exigem reformas estruturais profundas, desde telhado e encanamento até sistemas elétricos e reforço das paredes.”

Ou seja, o custo final pode facilmente ultrapassar os 80 mil ou 100 mil euros, dependendo do estado da construção e das exigências legais do município.

Onde encontrar as ofertas

Quem busca casas de 25 mil euros na Itália costuma recorrer a grandes portais imobiliários, como Immobiliare.it, Idealista e Subito.it. Nessas plataformas, é possível filtrar imóveis por preço, região e tipo de propriedade.

Termos em italiano ajudam a refinar a busca:

  • rudere (ruína);
  • da ristrutturare (para reformar);
  • immobile da sistemare (imóvel a ser recuperado).

Também existem grupos em redes sociais dedicados exclusivamente a imóveis de baixo custo. Ainda assim, corretores recomendam visitas presenciais e análise técnica antes de qualquer proposta.

Diferença para as casas de um euro

Ao contrário das casas simbólicas vendidas por um euro, essas não estão vinculadas a programas municipais formais. Isso significa que você precisará de menos exigências contratuais, como prazos obrigatórios de reforma, mas também terá menos incentivos públicos.

Nas vendas, os municípios tentam repovoar áreas esvaziadas. Já nos imóveis de 25 mil euros, são negociações diretas entre proprietários e compradores.

Burocracia e custos adicionais

Além da reforma, há outros custos que precisam entrar no planejamento: impostos de compra, taxas notariais, registro do imóvel e possíveis adaptações exigidas pela legislação italiana. 

Estrangeiros também devem considerar despesas com residência legal, caso pretendam morar no país.

Alguns advogados do setor recomendam atenção especial à regularidade urbanística do imóvel, pois construções antigas podem ter ampliações não registradas, o que gera entraves legais.

Sonho possível, mas com planejamento

As casas de 25 mil euros na Itália representam, sim, uma oportunidade real para quem busca investir ou mudar de vida. No entanto, especialistas são unânimes: não se trata de uma solução imediata nem de um “negócio pronto”.

Para quem aceita o desafio, o retorno pode vir em forma de qualidade de vida, integração cultural e até valorização futura. Para quem se deixa levar apenas pelo encanto das redes sociais, o risco é transformar o sonho italiano em um projeto caro e frustrante.

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