Demanda por profissionais de saúde brasileiros cresce na Europa em meio à escassez

A Europa vive escassez de médicos e enfermeiros e depende cada vez mais de profissionais de saúde estrangeiros. Brasileiros estão entre os mais procurados.

A dependência da Europa por profissionais de saúde estrangeiros nunca foi tão alta.

Um relatório publicado pela Euronews revela que hospitais e clínicas em todo o continente europeu estão cada vez mais dependentes de trabalhadores vindos de fora da União Europeia, especialmente da América Latina, Ásia e África.

Entre esses profissionais, os brasileiros têm se destacado, ocupando posições em hospitais de Portugal, Reino Unido, Alemanha e França, e ajudando a suprir uma escassez que já ameaça a estabilidade dos sistemas de saúde nacionais.

Um continente em crise de mão de obra

De acordo com a OMS, a carência de profissionais de saúde é hoje um dos maiores desafios enfrentados pela Europa.

A população está envelhecendo rapidamente, um em cada cinco europeus já tem mais de 65 anos, enquanto o número de médicos e enfermeiros formados dentro do bloco não é suficiente para atender à demanda crescente.

Nesse contexto, a Comissão Europeia estima que até 2030 faltarão mais de 4 milhões de trabalhadores da saúde, incluindo médicos, enfermeiros, técnicos e cuidadores.

Essa lacuna tem levado governos a criar programas de recrutamento internacional e visto simplificado para atrair mão de obra estrangeira.

Dependência crescente de profissionais estrangeiros

Segundo a reportagem, quase 15% dos profissionais de saúde que atuam na União Europeia nasceram fora do bloco.

Em alguns países, como Irlanda e Reino Unido, esse número ultrapassa 30%, evidenciando o grau de dependência do continente em relação a profissionais formados no exterior.

Hospitais públicos, especialmente no interior da Alemanha, França e Portugal, enfrentam dificuldades para preencher vagas, o que tem levado governos a aumentar os incentivos para recrutamento internacional.

Brasileiros em alta no setor de saúde europeu

Entre os profissionais estrangeiros, os brasileiros vêm ganhando espaço por sua formação sólida e reputação de excelência em áreas como enfermagem, medicina geral e fisioterapia.

Em Portugal, eles já representam uma parcela significativa dos novos registros médicos e de enfermagem feitos em 2024 e 2025.

No Reino Unido, o NHS (National Health Service) reforçou o programa de vistos voltado a enfermeiros e técnicos de fora da União Europeia, e brasileiros têm figurado entre os principais beneficiados. 

Já na Alemanha, há programas federais de integração que incluem ensino gratuito de língua alemã, apoio habitacional e reconhecimento de diplomas.

Desafios para os profissionais estrangeiros

Apesar das oportunidades, o caminho até a inserção profissional plena ainda é desafiador. O reconhecimento de diplomas continua sendo um dos maiores obstáculos, com processos burocráticos e exigências de fluência no idioma local.

Além disso, muitos estrangeiros enfrentam dificuldades com diferenças culturais, carga horária elevada e adaptações às normas médicas europeias. Mesmo assim, os incentivos são atraentes: salários competitivos, estabilidade e oportunidades de progressão na carreira.

Reação dos governos europeus

A Comissão Europeia discute novas diretrizes para padronizar o reconhecimento de diplomas e facilitar a mobilidade de profissionais entre países do bloco, evitando a dependência excessiva de algumas regiões.

Felizmenete, as autoridades europeias também defendem maior cooperação com países parceiros, como o Brasil, para firmar acordos bilaterais que simplifiquem processos e assegurem condições dignas de trabalho aos profissionais recrutados.

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