Países europeus estão intensificando esforços para atrair trabalhadores brasileiros, enquanto Portugal enfrenta dificuldades para acompanhar a competição, segundo observadores de imigração e mercado de trabalho.
Com a escassez de profissionais em setores como saúde, tecnologia e engenharia, Itália e Alemanha ampliaram programas de vistos e incentivos para estrangeiros, colocando o Brasil como fonte estratégica de mão de obra qualificada. Analistas apontam que fatores culturais, como o idioma compartilhado em parte com a Itália e a tradição de migração, tornam o Brasil um dos países mais visados por políticas de atração na Europa.
Itália: ajustes migratórios e foco em mão de obra
Após um período de regras mais rígidas, o governo italiano revogou algumas restrições para facilitar a entrada de profissionais estrangeiros, especialmente brasileiros e seus descendentes. Para especialistas, essa mudança responde à urgência em preencher vagas críticas em saúde, construção e serviços. Além de vistos de trabalho, há incentivos como apoio com idioma e moradia em algumas regiões.
Alemanha: reconhecimento de diplomas e oportunidades amplas
Na Alemanha, políticas como o Chancenkarte (Cartão de Oportunidades) permitem que estrangeiros permaneçam no país por até um ano à procura de emprego, um diferencial que fortalece a atração de talentos brasileiros. A nação também tem firmado acordos bilaterais com o Brasil para agilizar o reconhecimento de diplomas, o que reduz barreiras para profissionais de áreas como engenharia, TI e saúde.
Portugal em desvantagem
Enquanto isso, Portugal, que historicamente foi um dos destinos preferidos por brasileiros devido ao idioma comum, teve de suspender temporariamente vistos de procura de trabalho e adiou a regulamentação de sua lei para trabalhadores altamente qualificados. Especialistas dizem que isso deixou o país menos competitivo frente às mudanças mais rápidas promovidas por Itália e Alemanha.
Essa movimentação reflete um fenômeno maior no continente: a luta por talento em um contexto de envelhecimento populacional e falta de profissionais em várias áreas. Países que agem mais rápido em políticas de migração e integração tendem a ganhar vantagem na disputa por trabalhadores estrangeiros, incluindo os brasileiros.
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