O casamento entre pessoas do mesmo sexo avançou significativamente dentro da União Europeia ao longo das últimas décadas. Embora o bloco ainda apresente contrastes entre nações progressistas e países mais conservadores, a legalização do casamento homoafetivo já é realidade em boa parte da UE, refletindo mudanças sociais, políticas e geracionais.
A seguir, um panorama atualizado dos países do bloco que reconhecem e celebram oficialmente o casamento homoafetivo.
Onde o casamento homoafetivo é legal na União Europeia
Atualmente, mais da metade dos países da UE permitem o casamento igualitário. A lista continua a crescer, acompanhando decisões judiciais, reformas legislativas e pressões sociais.
Países que celebram casamento homoafetivo:
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Alemanha
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Áustria
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Bélgica
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Dinamarca
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Espanha
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Finlândia
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França
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Irlanda
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Luxemburgo
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Malta
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Holanda
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Portugal
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Suécia
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Eslovênia
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Estônia (desde 2024)
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Grécia (aprovado em 2024)
Esses países não apenas reconhecem casamentos realizados em seu território, mas também validam casamentos entre pessoas do mesmo sexo celebrados no exterior, garantindo pleno acesso a direitos familiares, sucessórios, migratórios e sociais.
Países que não celebram, mas reconhecem em alguma medida
Algumas nações da UE ainda não legalizaram o casamento entre pessoas do mesmo sexo, porém, devido a decisões da Corte de Justiça da União Europeia, são obrigadas a reconhecer casamentos homoafetivos celebrados em outros Estados-membros para fins de residência e mobilidade.
Entre eles estão:
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Bulgária
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Chipre
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Croácia
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República Tcheca
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Hungria
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Polônia
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Romênia
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Eslováquia
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Letônia
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Lituânia
Nesses países, o casamento homoafetivo local ainda não é permitido, mas casais podem exigir reconhecimento administrativo mínimo, especialmente relacionado a:
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direito de residência do cônjuge
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documentos que comprovem vínculo familiar
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permanência legal
Essa obrigatoriedade é resultado de julgamentos importantes da União Europeia, que reforçam o princípio de liberdade de circulação e proteção familiar.
Diferenças entre casamento e união registrada na UE
Alguns países permitem uniões civis, que oferecem parte dos direitos de um casamento. Embora não substituam completamente, são opções intermediárias.
Exemplos:
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Itália
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República Tcheca
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Croácia
Essas uniões costumam garantir direitos relativos a:
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herança
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benefícios sociais
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registro de residência
Porém, frequentemente deixam de fora:
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adoção conjunta
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equiparação plena a casais heterossexuais
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reconhecimento automático internacional
O impacto para casais binacionais e estrangeiros
O avanço da legislação dentro da UE tem reflexo direto na vida de casais formados por europeus e estrangeiros, como brasileiros.
Casais homoafetivos podem:
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casar-se legalmente em países que permitem o casamento igualitário
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solicitar residência familiar em qualquer país da UE baseado na decisão judicial europeia
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registrar filhos e exercer direitos parentais (com variações entre países)
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obter acesso a saúde, benefícios sociais, aposentadoria e proteção legal igualitária
Para quem vive fora da UE, casar-se num país que celebra oficialmente o casamento homoafetivo costuma facilitar pedidos de visto de residência familiar e mobilidade dentro do bloco.
Países ainda resistentes dentro da UE
Apesar dos avanços, alguns países seguem firmes contra a legalização:
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Polônia
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Hungria
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Romênia
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Eslováquia
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Letônia
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Lituânia
Esses Estados frequentemente justificam a posição com argumentos ligados à tradição, religião ou soberania legislativa.
Mesmo assim, decisões recentes da União Europeia têm limitado a capacidade desses países de negar completamente o reconhecimento de famílias formadas em outros Estados-membros.
Tendências para os próximos anos
Especialistas em direitos humanos e migração apontam que o bloco tende a caminhar para uma maior uniformização:
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Crescimento de decisões judiciais que beneficiam casais LGBTQIA+
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Pressão da sociedade civil por igualdade plena
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Reformas constitucionais e legislativas em países ainda resistentes
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Influência de países progressistas na política comunitária
A expectativa é de que mais países legalizem o casamento homoafetivo na próxima década, reduzindo as desigualdades ainda existentes no bloco.
O casamento homoafetivo já é uma realidade consolidada em grande parte da União Europeia e continua avançando graças a decisões judiciais, mudanças socioculturais e mobilização social. Embora ainda haja resistência em alguns países, casais do mesmo sexo hoje têm mais proteção, reconhecimento e liberdade de circulação do que nunca dentro da UE.
A tendência é clara: a Europa avança rumo à equiparação plena de direitos, transformando o bloco em uma das regiões mais inclusivas do mundo para casais LGBTQIA+.