AIMA vai abrir posto de atendimento no aeroporto de Lisboa para reduzir filas

A AIMA vai abrir um posto de atendimento no aeroporto de Lisboa em janeiro de 2026 para tentar reduzir as longas filas no controle migratório, que chegam a quatro horas de espera.

A AIMA contará com um posto permanente no Aeroporto de Lisboa de atendimento a partir de janeiro de 2026. 

Essa informação foi apurada pelo Jornal PÚBLICO Brasil, junto a fontes do governo português. A medida busca reduzir as longas filas enfrentadas por estrangeiros no setor de imigração do principal terminal aéreo do país, onde o tempo de espera pode ultrapassar quatro horas.

Tal decisão veio após uma onda crescente de reclamações de passageiros, empresários e investidores internacionais. 

Muitos relatam atrasos excessivos e falta de organização no desembarque em Lisboa, o que tem levado parte dos viajantes a optar por entrar na Europa por aeroportos como Madri ou Paris.

Filas e desgaste na imigração

Atualmente, o controle de entrada no Aeroporto de Lisboa é realizado majoritariamente pela Polícia de Segurança Pública (PSP), por meio da Unidade Nacional de Estrangeiros e Fronteiras (UNEF). 

A criação de um posto da AIMA no local pretende acelerar a análise documental e dividir a carga de trabalho, tornando o processo menos demorado e mais eficiente.

“Quando cheguei a Lisboa na semana passada, levei um susto. A fila passava facilmente de mil pessoas”, relata o empresário brasileiro Sérgio Valente, que viaja com frequência a Portugal. 

Segundo ele, investidores estrangeiros têm reclamado cada vez mais do impacto negativo das filas na imagem do país. “Entendo a necessidade de mais segurança, mas o problema também é de organização”, afirma.

Reorganização do sistema migratório

A ideia para o posto da AIMA ocorreu após o encerramento da chamada Estrutura de Missão, criada em setembro de 2024 para enfrentar o acúmulo de cerca de 900 mil pedidos de residência pendentes. 

A estrutura contou com 20 centros temporários espalhados pelo país e será desativada no fim de 2025.

Com isso, a partir de janeiro, todos os atendimentos migratórios voltarão a ser concentrados exclusivamente nos postos próprios da AIMA. 

Segundo o governo, os balanços preliminares indicam que a maior parte das pendências herdadas foi resolvida, especialmente os processos relacionados à antiga manifestação de interesse.

Também avançou a substituição dos títulos de residência em papel A4, utilizados por cidadãos da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), por cartões de plástico reconhecidos pela União Europeia, com validade de dois anos e requisitos de segurança reforçados.

Pendências existentes

Apesar dos avanços, a própria AIMA reconhece que ainda há desafios a serem conquistados. 

Um deles envolve cerca de 50 mil processos ligados ao Visto Gold, modalidade concedida a estrangeiros que realizaram investimentos elevados em Portugal. 

Outro ponto sensível é a renovação de títulos de residência vencidos, função que havia sido temporariamente transferida ao Instituto dos Registos e do Notariado (IRN) após a extinção do SEF, em 2023.

A expectativa do governo é que a presença direta da AIMA no Aeroporto de Lisboa ajude a melhorar a experiência de entrada no país, reduzir gargalos operacionais e amenizar críticas que vêm afetando a reputação de Portugal como destino turístico e de investimento.

Enquanto isso, passageiros e autoridades aguardam que a nova estrutura cumpra o objetivo de tornar o controle migratório mais rápido, previsível e menos desgastante.

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