Os Estados Unidos anunciaram uma nova exigência para a entrada de turistas estrangeiros: a apresentação do histórico de redes sociais como parte do processo de autorização e controle migratório. A medida atinge cidadãos de diversos países, incluindo a Itália, e amplia o nível de escrutínio sobre viajantes que pretendem entrar no país a turismo.
A regra passa a integrar os procedimentos já existentes de segurança e se soma às informações exigidas em formulários como o ESTA, utilizado por nacionais de países que não precisam de visto para estadias curtas. Autoridades americanas afirmam que o objetivo é reforçar a triagem preventiva e identificar riscos antes da chegada ao território.
Monitoramento digital entra na imigração
Na prática, viajantes deverão informar perfis utilizados em redes sociais nos últimos anos. O conteúdo publicado poderá ser analisado por órgãos de segurança, especialmente em casos considerados sensíveis. O governo dos EUA sustenta que não se trata de vigilância indiscriminada, mas de mais uma ferramenta de avaliação migratória.
Especialistas em privacidade e direitos civis, no entanto, alertam para a subjetividade da análise e para possíveis impactos sobre a liberdade de expressão. Há receio de que postagens antigas, fora de contexto ou de cunho político possam influenciar decisões de entrada.
Impacto para turistas europeus
Para italianos e outros cidadãos europeus, a exigência representa uma mudança relevante na relação com o sistema migratório americano, historicamente mais simplificado para turistas. Embora a medida não implique automaticamente em recusas, aumenta o grau de exposição e a necessidade de atenção ao preenchimento dos dados.
Agências de viagem recomendam cautela, transparência nas informações prestadas e verificação prévia dos perfis públicos antes da solicitação da autorização de viagem.
Tendência global de endurecimento
A decisão dos Estados Unidos acompanha uma tendência internacional de maior rigor no controle de fronteiras, com uso crescente de dados digitais e cruzamento de informações. Países da Europa e da Ásia também vêm ampliando mecanismos de triagem eletrônica para turistas e imigrantes.
Para os viajantes, o recado é claro: além de passaporte e passagem, a presença digital passa a fazer parte do processo de entrada em alguns dos principais destinos do mundo.
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