O tradicional ritual de jogar uma moeda na Fontana di Trevi pode ficar mais caro a partir de 7 de janeiro de 2026.
Segundo informação publicada pelo jornal Corriere della Sera nesta terça-feira, o acesso ao monumento barroco poderá passar a custar 2 euros para turistas, enquanto os moradores de Roma ficariam isentos da cobrança.
A medida, que ainda não foi oficialmente confirmada pela Administração Capitolina, vem sendo estudada há meses como resposta ao fluxo intenso de visitantes que diariamente se aglomeram em um dos pontos turísticos mais famosos do mundo.
A Fontana di Trevi, imortalizada no cinema por La Dolce Vita, de Federico Fellini, recebe milhares de turistas todos os dias, especialmente em períodos de alta temporada.
De acordo com estimativas divulgadas pela imprensa italiana, os visitantes jogam entre 3 mil e 10 mil euros por dia em moedas na fonte. O dinheiro arrecadado é tradicionalmente recolhido e destinado a projetos sociais, sobretudo programas de combate à pobreza administrados pela Cáritas.
A possível cobrança de ingresso faz parte de um debate mais amplo sobre a sustentabilidade do turismo em Roma.
Autoridades municipais avaliam que o excesso de visitantes compromete tanto a preservação do patrimônio histórico quanto a qualidade da experiência turística, além de gerar impactos no cotidiano dos moradores da região.

Caso a taxa seja implementada, o acesso pago não impediria a tradição de lançar moedas na fonte, mas funcionaria como um mecanismo de controle de fluxo, semelhante ao adotado em outros pontos turísticos europeus altamente visitados.
A isenção para residentes romanos busca evitar críticas de que a cidade estaria “privatizando” espaços públicos históricos.
A proposta segue a tendência de outras cidades italianas, como Veneza, que já adotaram taxas para visitantes em determinados períodos, com o objetivo de reduzir o turismo de massa e financiar a manutenção urbana.
Até o momento, a Prefeitura de Roma não divulgou detalhes sobre como funcionaria a cobrança, se haverá controle por horários ou número máximo de visitantes, nem como os recursos arrecadados seriam utilizados.
A expectativa é que um posicionamento oficial seja divulgado nas próximas semanas, antes da data prevista para o início da cobrança.
Enquanto isso, a notícia já provoca debate entre turistas, operadores de turismo e moradores, divididos entre a necessidade de preservar um dos símbolos mais emblemáticos de Roma e o receio de transformar ainda mais a cidade em um destino restrito pelo preço.