Regiões da Itália que perdem população e vendem casas baratas

Diversas regiões italianas sofrem esvaziamento populacional e passaram a vender imóveis por valores muito baixos. Cidades na Sicília, Calábria, Basilicata e Molise oferecem casas acessíveis, algumas por apenas 1 euro, além de incentivos para atrair novos moradores. A matéria explica as causas, os preços, as exigências e os desafios de viver nesses vilarejos.

A Itália vive uma transformação silenciosa: o esvaziamento de pequenas cidades e vilarejos, especialmente no sul e em áreas montanhosas. A combinação de baixa natalidade, envelhecimento da população e falta de oportunidades tem impulsionado um fenômeno que já virou tendência mundial, a venda de casas por valores simbólicos ou muito abaixo da média nacional. Mas quais regiões lideram esse movimento e por quê?

O esvaziamento que impulsiona o mercado

Desde a década de 1990, centenas de municípios italianos enfrentam queda contínua no número de habitantes. Jovens migram para cidades maiores, enquanto vilas históricas ficam com população idosa e serviços reduzidos. Para evitar o abandono completo, prefeituras e regiões passaram a criar programas para atrair novos moradores, inclusive estrangeiros.

Regiões mais afetadas

Embora o fenômeno seja nacional, três áreas concentram a maior parte das iniciativas de venda de imóveis baratos.

Sicília

A ilha é o epicentro do movimento das casas de 1 euro. Cidades como Sambuca di Sicilia, Gangi, Musomeli e Cammarata popularizaram os leilões de imóveis abandonados. A estratégia deu certo, atraiu investidores, restaurou ruas inteiras e trouxe turismo.

Calábria

Na ponta da bota, vilas como Cinquefrondi, Santa Severina e Badolato oferecem casas baratas e incentivos econômicos para quem decide se mudar. A Calábria perde população há mais de 20 anos, e algumas cidades perderam até 30% de seus moradores.

Basilicata e Molise

São regiões com cidades pequenas, cercadas por montanhas e com forte identidade cultural. Molise, por exemplo, já ofereceu incentivos mensais para quem aceita viver lá. Em ambos os locais, casas antigas podem custar menos do que um carro usado.

Quanto custam essas casas

Os valores variam conforme o estado do imóvel. As casas de 1 euro exigem reformas obrigatórias que geralmente ficam entre 15 mil e 30 mil euros. Imóveis entre 10 mil e 30 mil euros precisam de poucas obras e são comuns como segunda residência. Já casas entre 30 mil e 70 mil euros costumam estar prontas para morar, especialmente em áreas rurais.

Prefeituras normalmente pedem depósito de garantia, início das obras em até um ano e conclusão em até três anos.

Quem está comprando

Além de italianos interessados em recuperar casas de família, muitos compradores vêm dos Estados Unidos, Brasil, Canadá e países do norte da Europa. Para estrangeiros, o atrativo é claro: adquirir uma casa histórica por um valor acessível em vilas charmosas e viver o estilo de vida italiano.

Os desafios por trás do sonho

Apesar dos preços atrativos, existem desafios. As reformas são obrigatórias e supervisionadas, a burocracia pode ser lenta e alguns vilarejos têm poucos serviços, como hospitais, transporte regular e internet estável. O idioma e a adaptação cultural também exigem tempo e disposição. Mesmo assim, muitas cidades já mostram revitalização com novas lojas, cafés e espaços de trabalho.

Um modelo que deve continuar

Com a população italiana em queda e uma das menores taxas de natalidade da Europa, a tendência é que programas de incentivo habitacional continuem a crescer. Para quem busca investir, viver com mais tranquilidade ou ter uma segunda casa na Europa, as regiões em declínio populacional se tornaram uma oportunidade cada vez mais concreta.

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